Praça Roosevelt

 

Ficha Técnica:

Cliente: Prefeitura Municipal de São Paulo

Arquitetura: Borelli & Merigo

Ano: 2012

Área: 28.852,14 m²

Projetada em 1970 por equipe chefiada pelo Arquiteto Paisagista Roberto Coelho Cardozo, muito influenciado pela obra dos americanos Halprin e Eckbo, a Praça Roosevelt foi definida pelo seu autor como um edifício-praça. Ela está inserida dentro do contexto das grandes obras viárias implantadas em São Paulo entre os anos 50 e 80. O edifício-praça pode ser interpretado também como um viaduto-praça, pois na verdade ele se localiza no buraco de 250.000 m³ aberto para a passagem da avenida que cruzava a cidade de leste a oeste. A praça é na verdade a cobertura desta imensa estrutura viária que é composta também por dois níveis de subsolo onde se localizam garagens para mais de quinhentos veículos. Sobre esta estrutura enterrada fica a Praça que é uma imensa laje-jardim ocupada por floreiras e espaços de convivência. No meio deste conjunto localizava-se outra estrutura em forma pentagonal em cuja cobertura ficava a Praça Maior. A praça se voltava para a Rua da Consolação, onde o projeto original previa um espaço para restaurante.

Nas últimas décadas o centro de São Paulo passou por um forte processo de degradação urbana. Vários imóveis foram abandonados e perderam valor de mercado. A Praça Roosevelt foi um dos símbolos deste processo. Sua vizinhança se transformou em área conhecida pela insegurança e sujeira. A configuração urbana da Praça corroborou a para a intensificação deste processo. Apesar das ruas lindeiras possuírem acentuado desnível, a laje-jardim possuía um único nível. Isto acarretou uma série de problemas de acesso à Roosevelt. Apenas em dois pontos a calçada está ao nível da laje jardim. Nas demais situações os níveis são diferentes chegando, em alguns pontos, a mais de dois metros de altura. A Praça Maior, conhecida como Pentágono, estava cinco metros acima da laje jardim e sua estrutura projetava uma imensa sombra sobre boa parte da laje-jardim. Esta por sua vez não se conectava com a Rua Augusta, pois havia um enorme vazio utilizado para ventilação da avenida no subsolo. O desnível entre a calçada da Rua Augusta e a Praça Maior os onze metros. Tudo isto ocasionou o isolamento urbano da praça e potencializou o seu abandono.

Em 2010 a Borelli & Merigo foi contratada pela construtora Paulitec, responsável pela reforma da Praça, para elaborar o detalhamento do projeto cuja concepção geral fiou a cargo da equipe da antiga Emurb. A proposta da reforma era estabelecer pontos de conexão com o tecido urbano do entorno. Nas esquinas das Ruas Nestor Pestana e Gravataí foram projetados conjuntos de escadas e rampas que as ligam diretamente ao nível da Praça. Além destes foram construídos outros nove conjuntos de rampas ou escadas o que permitiu novas possibilidades de acesso. A estrutura do Pentágono foi integralmente demolida o que permitiu que a laje-jardim fosse inundada pelo sol, e ainda se descortinassem novas visuais do centro da cidade. Foram criados quase 4 mil metros quadrados de jardins sobre a laje. Para permitir o crescimento de árvores de médio porte foram abertos os vãos da estrutura da laje de modo a se obter 1,30 metros de profundidade de terra dentro das floreiras. Foi criado um novo conjunto arquitetônico composto pela pérgola e áreas comerciais (floricultura) que será um novo espaço de convivência na região. Fazem parte do programa da Praça uma área para cachorros e um parque infantil.

A proposta da Borelli & Merigo coloca a Roosevelt no centro de uma intervenção urbana que irá conectá-la a diversas áreas verdes de seu entorno. Isto será possível através da pedestrialização (acesso limitado de carros) das vias do entorno, que funcionarão como parques lineares conectando três grandes áreas além da Roosevelt: a Praça da República, Praça Dom José Gaspar e o futuro Parque e Edifício Augusta. Os últimos se conectarão à Praça através das ruas Gravataí e João Guimarães Rosa. O triângulo formado pelas avenidas São Luiz, Ipiranga e pela rua da Consolação, teria uma de suas pistas transformada em um boulevard que transformaria toda a quadra em uma imensa área de lazer. Simultaneamente, esta intervenção permitirá conectar a Praça Roosevelt às Praças da República e Dom José Gaspar, e qualificará a conexão pedestre dos bairros da Consolação e Bexiga ao centro da cidade. Teremos a surgimento de uma grande área de lazer no centro novo de São Paulo, potencializando seu aproveitamento turístico, pois além das áreas verdes citadas a região possui ótimos restaurantes e equipamentos culturais como cinemas e teatros, e a mais importante biblioteca da cidade, a Mário de Andrade.

A nova Praça Roosevelt faz parte do esforço que São Paulo vem empreendendo com o intuito de renovar seu centro histórico.



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